quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Ser pai.



Me peguei pensando no meu maior exemplo esses dias. Poucos sabem, mas esse ano tive a maior perda que ja vivi. Nosso pai do céu levou em Agosto meu pai que tanto amo. Nunca senti vazio maior e uma tristeza tão desesperadora. 

Isso me levou a pensar no papel tão importante dos pais na vida dos filhos. Acredito que poucos entendem o quão essencial é um pai estar presente, do contrário, o mundo não estaria como está. Tenho cansado de ver pais que não conversam com os filhos, filhos que não querem ver os pais pois tem muita mágoa, outros que não aceitam limites, outros que não colocam limites e por aí vai. 

Posso dizer que tive um pai exemplar, e é isso hoje que me inspira a escrever esse post.

Acho super sem graça essa história de que "porque fulano morreu, virou santo"; não! Também não concordo com isso. Mas não posso ser injusta quando isso acontece de verdade. Longe de ser um santo, meu pai me amou.

Me amou o suficiente pra me dar banho quando nasci, mesmo quando ouvimos dizer numa sociedade machista que cuidar dos filhos é responsabilidade da mulher. Me amou o suficiente para segurar minhas mãozinhas tão pequenas me ensinando a andar. Me amou o suficiente para me deixar montar de cavalinho nele quantas vezes eu queria. Me amou o suficiente para fazer aviãozinho comigo e me ensinar a dar cambalhotas. 

Me amou o suficiente para me dar boas palmadas quando eu fazia arte, e as vezes até algumas varadas. Me amou o suficiente para me fazer comer legumes e verduras quando eu não queria e também para fazer lanche e milk shake quando dava. Me amou o suficiente para me levar para passear em sua terra natal sempre e me ensinar que a família é sim o maior bem. Me amou o suficiente para sentar comigo e tomar a matéria da prova e a tabuada do "7" que eu tinha tanta dificuldade! Me amou o suficiente para me corrigir nos erros e me ensinar os valores corretos sobre a vida. Me amou o suficiente para muitas vezes dizer "não" quando o que eu mais queria ouvir era o "sim". Me amou o suficiente para me incentivar a tentar coisas novas, sempre. Me amou o suficiente para me dar horários quando eu saia de casa, mesmo se eu batesse o pé. 

Me amou o suficiente para me levar pra brincar e nadar em Minas, quantas vezes. Me amou o suficiente para me repreender quando eu menti e para me perdoar também. Me amou o suficiente para entender minhas decisões mesmo quando ele não concordava muito com elas. Me amou o suficiente para deixar um pouco suas vontades de lado e me dar o melhor estudo possível e as melhores coisas que podia conquistar. Me amou o suficiente para sentar comigo e ver filmes e para me levar pra passear no fusquinha. 

Me amou o suficiente para me deixar ir embora quando fiz faculdade, confiando em mim. Me amou o suficiente me ensinando que nem sempre temos tudo o que queremos mas que podemos batalhar por isso. me amou o suficiente me ensinando honestidade e ética. Me amou o suficiente para me permitir namorar, mesmo sabendo que aquilo partia seu coração e ainda, pra dar minha mão em casamento, mesmo não querendo ver que eu cresci. 

Poderia ainda listar tantos exemplos de amor que tive com ele, tantos, tantos! Mas eu paro por aqui, na certeza que gostaria de te dar somente um conselho. 

Como psicóloga e especialmente como filha eu digo; se você é pai por favor não perca tempo, há uma lista de "deveres"a ser cumprida e a vida é muito curta pra você se omitir ou mesmo deixar que outras coisas atrapalhem essa tarefa. Seu filho e sua família são prioridades, sempre!

Pense nisso, você pode não ter noção de quanto o desenvolvimento de alguém é favorecido quando os pais participam ativamente de sua vida. E ainda mais, você pode receber de alguém as mesmas palavras que hoje eu disse aqui sobre meu pai, seria legal não seria?

Um grande abraço!